Desporto nas Escolas,
Educacional versus Rendimento
A história do desporto na escola vem a anos gerando debates e preocupações mediante o fato de que a educação física inspirada em novos saberes trata a questão do educacional como primeiro plano e acredito que vem descobrindo novas alternativas para acabar com pensamentos daqueles que insistem adotar o rendimento nas suas atividades físicas buscando assim eleva o seu projeto educacional.
Sabemos que no país do futebol e da nossa realidade o ser humano, isto é, o jovem tomado pela esperança de dias melhores projeta-se em uma atividade esportiva, com ideologias dominantes da mídia com a terrível e desumana imagem de homem máquina esquecendo-se do fundamental que é a educação corporal o elemento fundamental da educação física.
Textualizar o desporto na escola é um grande obstáculo! Primeiro é falar das condições que se encontram estas escolas e segundo é como podemos imaginar o desporto desenvolvido nestas escolas, dando ênfase as escolas públicas porque faço parte desta instituição e venho tentando conhecê-la a vários anos como professor.
Existe uma concepção de escola e escolas, isto é, escolas públicas e privadas. As com condições de infra-estrutura e diretrizes são totalmente adversas uma da outra, onde as escolas públicas com condições mínimas de estruturas físicas, financeiras e humanas especializadas na área do desporto, e uma das maiores falhas das secretarias é a falta de profissionais qualificados, enquanto na via inversa as escolas privadas com aplicações de recursos voltadas para a escola como um todo.
Necessitamos analisar que há décadas os estudiosos da educação dizem que é a educação é a base dos pilares da sociedade, com as suas diversas concepções de educação de forma contraditória e conflituosa, passa de uma concepção para outra inacabada e as grandes idéias ficam por conta do movimento histórico a qual passou esta concepção. Refletindo a trajetória histórica da educação da escola demonstra a falta de atenção com a disciplina da educação física que ao começar as suas atividades escolares se confrontam com falta de materiais didáticos pedagógicos que perdura o ano inteiro.
As aulas de educação física nas escolas se apresenta na prática pedagógica fundamentada, dentre outras, em duas abordagens: a da aptidão física e o da cultura corporal. A primeira toma como base no processo de ensino aprendizagem, as idéias do rendimento esportivo e a segunda da ludicidade (recreação) e lembrando que a pedagogização das aulas de educação física nas escolas, existem crianças e jovens que apresentam comportamentos diferenciados fisicamente, como gordos, magros, coordenados, descoordenados, portadores de deficiência, entre outros e nesta missão está inserido o desporto educacional, por que dentro de uma visão de rendimento vamos fazer uma exclusão.
As escolas na sua prática de exercer a sua função educacional, vem utilizando nas suas atividades pedagógicas o esporte educacional como uma disputa, tornando-se o princípio de ganhar alimentando assim num mero interesse pessoal da instituição para poder apresentar-se como uma das melhores, baseando aos números de competições realizadas e conquistadas.
Quando falo de competições não quero expressar: Competições jamais! Mas sim, competições com o objetivo educacional, que precisam ter um acompanhamento bem elaborado dos profissionais envolvidos, na qual voltamos a um fato claro das escolas públicas possuírem profissionais de outras áreas lecionando a disciplina de educação física, é um caos total que às vezes as escolas e os professores não são culpados, porque o responsável disto é o próprio sistema educacional.
Temos que mostrar aos jovens que a competição existem duas vias a de ganhar e de perder, não é fácil de trabalhar esta concepção desde que os envolvidos estejam direcionando o esporte educacional na fase de formação da criança para que na fase da juventude não forme cidadãos incapazes de superar as derrotas.
De acordo com Lei Pelé o desporto divide-se em: Educacional, Participativo e de Rendimento. O desporto educacional não deve ser praticado para fins de lucros, mas sim, preparar os jovens para uma vida esportiva de forma saudável, com o propósito de afirmar a importância do esporte como um processo de ensino/aprendizagem em relação a realidade cotidiana do educando num processo de integração, cooperação e socialização.
De acordo com a Lei 9394/96 art. 26 parágrafo 3 onde diz: A educação física, integrada a proposta pedagógica da escola é componente curricular da Educação Básica, ajustando-se as faixas etárias e as condições da população escolar, sendo facultativa nos cursos noturnos. E está em referência ao texto do art. 22: A educação básica tem por finalidade desenvolver o educando, assegurar-lhe formação comum indispensável para o exercício da cidadania e fornecer-lhe meios para progredir no trabalho e em estudos posteriores.
A Secretaria Estadual da Juventude, Esporte e Lazer da Paraíba vem a três anos com o objetivo de fomentar o desporto educacional no estado, através dos Jogos Escolares da Paraíba em todas as suas regionais, direcionando os campeões para a etapa estadual e finalmente a fase nacional, através dos Jogos da Olimpíada Brasileira.
Não sou contra o desporto de rendimento, de fato o desporto apresenta-se como um setor de profissão e de sonho para esses milhões de jovens, não só no âmbito da economia tradicional bem como da emergente economia social, o desporto tem vindo a criar um crescente número de oportunidades de emprego com tendência para o crescimento. Com isso, um crescente número de federações desportivas internacionais, nacionais e regionais; um número indeterminável de associações de modalidades; milhares de clubes grandes, médios e pequenos.
Como profissional de educação física venho trabalhando com crianças e adolescentes de 9 aos 17 anos em um projeto de apoio ao futebol brasileiro e é bem claro a necessidade de fazermos um controle entre a escola e o projeto, com atividades da escola associada com as atividades extra escolar formando a base de aprendizado em ambas as fases do desporto educacional para o de rendimento.
Como o nome próprio nome diz: o desporto de rendimento é caracterizado pelo profissionalismo na qual recebem renumerações e as escolas não possui em sua base educacional pagar aos alunos, não é o meio para estes fins e sim os clubes. Quando falo de rendimentos estou a dizer que as cobranças aos alunos sejam direcionadas a condições de um bom trabalho específico respeitando as individualidades e com suas características diversas.
Sabemos que nas escolas a seleção de formação de equipes é automática e excludente, podemos fazer várias indagações perante o tema: O que realmente esta se buscando, o desporto educacional ou o participativo? Se existe a competição, tem que existir o rendimento de resultados?
A transformação didático pedagógica do desporto está aberta para todos aqueles que tem a preocupação de fomentar o desporto com visão de mudanças corporais e sociais dentro desta sociedade qualitativa. A partir deste resumo podemos estabelecer uma análise das condições atuais se entendermos que a evolução dos esportes , no sentido educacional, depende do desenvolvimento da Educação como um todo.
O desafio, na atualidade, não é só construir praças esportivas mais também dar condições as escolas de terem espaços físicos e materiais didáticos adequados para as suas atividades esportivas-recreativas que visem a socialização e que tenham acesso a todos sem limitação de condições técnicas, sexo e faixa etária.
Por último, reforçando que o esporte educacional é qualquer atividade desportiva que não seja praticada nas condições de alto nível e que lhe possa servir de apoio quando assim for desejável.